CONTOS: A Princesa Lindamar / O Ursinho Guloso / O Coelhinho Branco / O Esquilo Malandreco

A pricesa Lindamar



Num reino distante, vivia um rei muito triste pois não tinha filhos.
Um certo dia, o castelo encheu-se de alegria.
Tinha nascido finalmente um herdeiro do trono, que por sinal era uma linda menina, a quem puseram o nome de Lindamar, por ser muito bonita e ter uns grandes olhos cor do mar.
Lindamar foi crescendo feliz, mas a certa altura, começou a ter curiosidade em saber, como seria a vida fora do castelo.
Um dia, vestiu-se de aia e saiu para satisfazer o seu desejo.
Pelo caminho, ía apreciando tudo ao seu redor. Eram campos de trigo, a perder de vista, dum lado e do outro.
Homens e mulheres cantavam alegremente enquanto íam trabalhando.
Tão encantada ía, que nem se apercebeu dum desnível no terreno, acabando por cair e ferir-se num joelho.
Logo de imediato, apareceu um belo jovem, que a ajudou a levantar.
Olharam-se nos olhos e logo ali se apaixonaram.
Lindamar, sempre que podia, esgueirava-se para ir ver o seu amor.
Eis que um dia, o rei reúne a corte, e anuncia que a princesa vai casar.
Foi noticiado nos reinos mais próximos, chegando ao castelo muitos pretendentes, que Lindamar recusou pois seu coração já tinha dono.
O rei furioso decidiu, que Lindamar casaria com quem ele escolhesse.
A princesa triste com esta decisão, chorou dias e noites a fio. Então decidiu fugir para ir encontrar o seu grande amor.
O rei não gostou de ser desobedecido e mandou prender o jovem nas masmorras, ordenando que lhe fossem aplicadas 20 chicotadas.
Quando lhe tiraram a camisa, ficaram muito espantados. No ombro direito do rapaz podia ver-se uma marca real.
Perante isto, o rei mandou que se investigasse.
A aia que tomava conta do príncipe, tinha trocado os bebés. No lugar do príncipe, colocou o seu filho e deu o príncipe verdadeiro a um casal de agricultores que não conseguia ter filhos.
Perante esta realidade o rei autorizou o casamento de Lindamar com o seu escolhido.
Fez-se uma grande festa onde todos foram convidados.
Lindamar e o príncipe viveram muito felizes por muitos e muitos anos, sendo sempre estimados por todos.


08/12/2019

A.C.





O ursinho guloso


A floresta começava a acordar. Os raios de sol atravessavam a folhagem das árvores e davam um toque tão agradável e mágico que parecia saído dum conto de fadas.
Por todo o lado se ouvia o chilrear dos passarinhos. As flores que abriam, enchiam-se de abelhinhas numa azáfama nunca vista. Pelo chão milhares de carreirinhos de formigas carregando o seu sustento para o formigueiro. No céu uma águia voava em círculos procurando caça. Ao longe ouvia-se um toc, toc, toc, que se ía repetindo e ecoando por todo o lado. Era um lindo picapau que batucada numa das maiores árvores.
Na montanha havia uma caverna onde morava o ursinho lambareiro com a sua família. Enquanto todos já se tinham levantado o malandreco fingia que dormia.
Esperou que todos saíssem para depois fazer o que tanto gostava, procurar enxames e lambuzar-se todo no mel até ter o bandulho bem cheinho. Depois procurava uma árvore e deitava-se à sombra a bater uma bela soneca.
Naquele dia teve azar e não conseguiu encontrar nenhum enxame. Desesperado resolveu ir até à aldeia que existia lá embaixo no vale.
Ele sabia que não o devia fazer, que era perigoso mas a gula foi superior aos avisos que os pais lhe tinham feito.
Quando lá chegou viu um pote numa janela e pensou que poderia haver lá dentro o tão delicioso mel. Enfiou lá a patinha e pimba! Uma dor dilacerante subiu-lhe pelo braço acima.
E agora? A mão não saía!
Começou a ouvir cães a ladrar e alguns tiros passaram bem juntinho a ele.
Quase morreu de medo!
Esquecendo a dor que tinha começou a correr direito à floresta com o pote enfiado na mão.
Desesperado não viu onde pisou e escorregou por uma ribanceira abaixo.
Deu tantas cambalhotas que por sorte o pote partiu-se e viu que o objecto, que lhe tinha provocado a terrível dor, era uma ratoeira.
Como iria agora tirar a ratoeira? Tinha que contar aos pais o que tinha acontecido.
Chegou a casa todo sujo e cheio de medo.
O pai como era muito forte conseguiu tirar a ratoeira. A mãe deu-lhe um bom banhinho e tratou-lhe a patinha.
Mas depois não se livrou dum belo raspanete porque tinha sido desobediente.
Depois daquele dia, o nosso amigo ursinho obedeceu sempre a tudo o que os pais diziam e nunca mais se aproximou da aldeia.
Tinha aprendido bem a lição!


07/12/2019

A.C.





 

 O coelhinho branco


Lá longe no bosque, junto a um ribeirinho, havia uma toca onde vivia um casal de coelhinhos pretos.
Certo dia, a coelha mãe, teve quatro coelhinhos, muito engraçados e brincalhões.
Eram todos pretos, excepto o último que nasceu branquinho como a neve.
Foram crescendo e os coelhinhos pretos não queriam brincar com o coelhinho branco por este ser diferente.
O coelhinho muito triste, acabava sempre por brincar sozinho, ora atrás duma mosca, duma borboleta ou de outro qualquer insecto voador que lhe chamasse a atenção.
Um dia, sem se aperceber, afastou-se um pouco mais e acabou por se perder.
Sem saber o caminho de volta, cheio de medo e a chorar, começou a andar às voltas sem se conseguir orientar.
Fez-se noite, e ele coitadinho, cheio de medo e de frio, encostou-se a uma árvore, acabando por adormecer.
De repente, sentiu umas cocequinhas no nariz.
Era um pirilampo que se tinha sentado em cima dele.
Espirrou e o pirilampo voou na sua frente.
O coelhinho ficou maravilhado pois nunca tinha visto um insecto tão bonito e que brilhava no escuro. Ele nunca tinha saído à noite.
Resolveu segui-lo. Nunca perdeu de vista aquela bonita e brilhante luzinha. Mal sabia ele que ela o estava a guiar para casa.
Um pouco mais à frente começou a ouvir vozes que chamavam pelo seu nome. Eram os pais e os três irmãozinhos que o procuravam desesperados.
Fizeram uma grande festa quando se encontraram. Os irmãos dançavam ao seu redor e o coelhinho sorria de satisfação, pois nunca tinha sentido tanta alegria no seu pequeno coraçãozinho.
Regressaram todos alegres e contentes para a sua casinha e o pirilampo ficou amigo para sempre do coelhinho branco.

03/12/2019

A.C.





Hoje aceitei mais um desafio e para me desafiar a mim própria, não escrevi poesia!

O esquilo malandreco


Junto à floresta havia uma casinha humilde, rasteira, mas de aspecto muito acolhedor, donde se podia ver fumo a sair da chaminé, proveniente da lareira que mantinham sempre acesa para a casa ficar quentinha.
Nela vivia um casal já velhinho, cujo sustento vinha dos produtos que cultivavam na quinta.
Havia um esquilo traquina que sempre que podia fazia uma visita à quinta e regressava à floresta sempre de barriga cheia, acabando por fazer uma soneca, todo refastelado, no buraquinho do velho pinheiro, que era a sua casa.
O casal sabia destas visitas e destes pequenos roubos mas não se importava. Para eles era uma alegria observar as artimanhas do nosso amigo esquilo.
Naquele dia estavam, no alpendre da casa, umas quantas melancias, tão bonitas e apetitosas que logo aguçaram a gula do traquininha.
Dirigiu-se ao alpendre sorrateiramente, escolheu a melhor melancia e começou a contorná-la. Contornou outra e depois outra...eram todas muito grandes!
Não podendo levar nenhuma decidiu começar a comer mesmo ali.
Hum!!! Estava deliciosa! Tão vermelhinha, tão gostosa!
Comeu, comeu, comeu, até mais não poder e nem se apercebeu que com o barrigão com que ficou não conseguia sair da casca.
Que fazer agora?...
O melhor é dormir uma bela soneca!
Até que a casquinha é útil, dará uma boa casinha.
E assim foi!…ficou muito sossegadinho e quentinho. Adormeceu e só acordou no dia seguinte com os raios de sol a acariciar-lhe o focinhinho.
Gostou tanto da nova casinha que resolveu levá-la com ele para a floresta!

02/12/2019

A.C.








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